Descoberta do primeiro ocelote albino é alarmante para esta espécie de gato grande
Entre o gato e o puma, este felino é conhecido pelo seu pelo malhado. A desflorestação é o fator por detrás deste fenómeno.
Adescoberta foi feita há pouco mais de um ano na Colômbia, mas só agora é que se chegou às conclusões acerca da espécie do felino albino encontrado. De acordo com a investigação levada a cabo pelo Laboratório de Genética Animal da Universidade de Antioquia em conjunto com o Laboratório de Identificação Genética Forense de Espécies Silvestres — ambos institutos colombianos —, o “gato grande” de pelo branco, com focinho de puma, é na verdade um “Leopardus pardalis”, também conhecido por ocelote.
Essa classificação, baseada numa análise genética comparada, é confirmada pelas autoridades da Corporação Autónoma Regional do Centro de Antioquia (Corantioquía), em declarações citadas pelo jornal espanhol ‘La Vanguardia‘: “Estas sequências foram comparadas com bases de dados genéticos disponíveis para uma infinidade de organismos. Foi assim que se concluiu que a espécie do felino corresponde a ‘Leopardus pardalis’, comummente conhecido por ocelote.”
Ser diferente, aqui, faz toda a diferença
Caracteristicamente malhado por natureza, de pelo dourado e manchas negras — uma pelugem semelhante à dos leopardos ou das chitas —, não se conhecia até então qualquer ocelote totalmente branco. Esse fator, primeiro, baralhou os cientistas e, depois, preocupou-os. Uma vez descoberta a espécie do mamífero encontrado numa zona florestal de Amalfi, Colômbia, logo se avançaram hipóteses, nada animadoras, para a explicação deste fenómeno.
Recuperado da floresta com poucas semanas de vida, o animal foi mantido em cativeiro desde então no Parque de Conservação de Medellín, por ser pouco provável a sua sobrevivência — dado que foi descoberto ao abandono, sem progenitora localizável. Além disso, pelas suas características genéticas recessivas, designadamente a cor do pelo, a cria muito dificilmente escaparia aos predadores e passaria despercebida às presas desde logo por lhe faltar os tons, inerentes à espécie, que permitem a camuflagem.
A falta de melanina neste e noutros animais é um forte indício de um ecossistema “doente”. Segundo explica a diretora do Corantioquía, Ana Ligia Mora, em declarações difundidas pela Agence France-Presse (AFP), estes casos podem significar “uma afetação dos ecossistemas que está a prejudicar o desenvolvimento das espécies”. E apela ainda a que se cuide “da fauna e dos bosques do país” o quanto antes.
Hoje, a cria já tem o tamanho de um ocelote adulto — que, geralmente, atinge os 80 centímetros —, pesa quase 13 quilos e alimenta-se, em cativeiro, à base de carnes vermelhas e frango, com uma dieta diária a rondar as 700 gramas de alimento. Devido à sua condição, perdeu a visão desde cedo, mas o abrigo onde agora vive foi construído à imagem da sua condição. Cuidados não lhe faltam. Só mesmo companhia dos seus
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