Mãe revela como ajuda filha a enfrentar preconceito associado ao albinismo
"Sempre conversamos abertamente sobre isso e reiteramos que ela pode fazer qualquer coisa que quiser. O albinismo é algo bonito e não é algo do qual nos envergonhamos”, disse Megan McMorri
Quando descobriu que sua filha era albina, Megan McMorri ficou muito preocupada, principalmente em relação ao julgamento que a filha poderia sofrer de outras crianças. Na época, a família passou por um momento muito difícil. "Eu já estava com meu marido há muitos anos, mas foi a primeira vez que o vi chorar", disse ela em entrevista a revista norte-americana Newsweek.
A pequena Louise, hoje com 9 anos, nasceu com Albinismo Oculocutâneo, que afeta a cor dos olhos, cabelos e pele, conforme informações da Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo (AAPOS). A garotinha também tem uma condição conhecida como nistagmo, que faz com que seus olhos se movam involuntariamente. “Quando ela era bebê, lembro-me de ficar triste porque ela nunca fazia contato visual comigo, essa foi uma das coisas mais difíceis”, lembrou Megan.
Devido ao albinismo, Louise tem que tomar algumas precauções, principalmente com o sol. No entanto, para Megan, uma das principais preocupações da família é quanto ao julgamento das pessoas em relação às condições da filha. Ela relata que uma vez ume menino chamou os olhos da pequena de "malucos" por causa do nistagmo. O albinismo também é uma condição muito estigmatizada no mundo. “A aparência física das pessoas com albinismo é frequentemente objeto de crenças e mitos errôneos influenciados pela superstição, que promovem a sua marginalização e exclusão social”, relata a Organização das Nações Unidas (ONU). “Isso leva a várias formas de estigma e discriminação. No mundo ocidental, incluindo a América do Norte, a Europa e a Austrália, a discriminação consiste frequentemente em xingamentos, persistentes provocações e intimidação de crianças com albinismo", a entidade destaca.
Infelizmente, as pessoas com albinismos também sofrem ataques físicos. Na última década, foram registrados centenas de casos de assassinatos de pessoas com albinismo em 28 países da África Subsaariana, afirma a ONU. Um cenário que deixa Megan muito preocupada em relação à segurança da filha. “O que acontece em outras partes do mundo às pessoas que têm albinismo é simplesmente horrível”, disse ela "É difícil de engolir. As pessoas que têm albinismo já passam pelos seus próprios desafios, e adicionar assédio, brutalização e assassinato à mistura por causa de crenças de bruxaria é incompreensível."
Megan conta que ainda não conversou com a filha sobre a situação de pessoas albinas no mundo, porém, admite que não quer varrer a condição da filha para debaixo do tapete. "Sempre conversamos abertamente sobre isso e reiteramos que ela pode fazer qualquer coisa que quiser. O albinismo é algo bonito e não é algo do qual nos envergonhamos”, a mãe destacou. Apesar do apoio dos pais, Louise ainda reconhece que é diferente de muitas outras crianças. “Quando ela está chateada ou frustrada, às vezes, ela diz 'Eu não quero ser albina!' Mas então, ela percebe que tem uma plataforma incrível que construímos para ela através da mídia social e ela quer ser um modelo para outras meninas ou meninos que também estão vivendo a vida com o albinismo. Sim, existem desafios, mas Louise é uma lutadora e geralmente consegue se adaptar a qualquer situação em que se encontra."
Nenhum comentário:
Postar um comentário